Chega. Já não aguento mais. Cada sessão parece uma repetição de promessas que não se cumprem, de movimentos que supostamente "vão melhorar com o tempo", de dores que "são normais", de alongamentos que só servem para me lembrar que ainda estou longe de voltar ao que era. E no meio disso tudo, a fisioterapeuta. Sempre com aquele ar de "confia no processo", como se fosse fácil confiar quando cada passo parece em vão.
Não é só o físico — é o mental. É o esforço de sair de casa, marcar hora, esperar, deitar na marquesa e sentir que, apesar de tudo, nada muda. A paciência está no limite. Não é que eu duvide da profissão ou do método, mas às vezes parece que a minha dor é só mais uma na lista dela. Uma rotina. Um “próximo!”. E isso dói mais do que o joelho, o ombro ou o que quer que me levou lá em primeiro lugar.
Farto. Farto de fingir que estou a ver progresso quando tudo em mim grita frustração. Farto de sorrisos automáticos, de repetições vazias, de ser tratado como um caso e não como uma pessoa que só queria voltar a sentir-se bem.
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