25 de Abril
Na madrugada sem ruído,
soprou o vento da esperança,
cravos nas mãos de um soldado
e Abril no olhar de uma criança.
As portas de ferro abriram,
sem tiros, sem voz de morte,
foi o povo quem saiu à rua
e tomou nas mãos a sorte.
Os tanques rolaram na calma,
com sonhos presos à pele,
e nas janelas floriram
os cravos vermelhos de Abril.
Silenciou-se a censura,
rompeu-se o medo antigo,
a liberdade, em voz segura,
fez-se poema e fez-se abrigo.
Não foi guerra, foi vontade,
de dizer basta à prisão,
e erguer a nova verdade
com coragem no coração.
Hoje lembramos em festa
quem lutou sem se render,
pois a memória não se empresta,
e Abril é para se viver.
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