Episódio 1: A Convenção do Gás
Prump acorda cedo — meio-dia e dez, para ser mais preciso. Veste o seu inseparável fato de poliéster (quente como o inferno, brilhante como a esperança de um desempregado) e parte para a grande missão do dia: discursar na Convenção Municipal dos Vendedores de Gás.
Não foi convidado, claro. Mas, segundo ele, político de verdade “não espera convite — aparece com charme”.
Chega ao local, sobe para cima de um botijão vazio, limpa a garganta com um gole de refrigerante morno e começa:
— Companheiros do gás! Hoje é um dia histórico para o... gás! Porque o gás, vejam bem, é como a política: quando escapa, ninguém quer assumir, mas toda a gente sente o cheiro!
Silêncio.
Uma criança começa a chorar. Um vendedor olha para o outro e pergunta se ele é primo do presidente da junta. Não é.
Mas Prump continua, cheio de confiança, a gesticular como se estivesse a discursar na ONU, lançando estatísticas que ninguém consegue confirmar, como “87% das panelas confiam em mim”.
No fim, é delicadamente escoltado para fora por dois seguranças e um senhor de 72 anos com um botijão ao ombro. Já na rua, entre selfies com dois curiosos e um cão rafeiro, Prump sorri:
— Foi um sucesso. Aplaudiram-me em silêncio. Isso é sinal de respeito.
Episódio 2: O Debate na Rádio Comunitária
Depois do "sucesso retumbante" na convenção do gás, Prump é convidado — ou melhor, aparece sem avisar — para participar num debate político na Rádio Comunitária de São Margarida do Baixo.
A rádio funciona numa arrecadação adaptada, entre um estúdio improvisado e um varal com cuecas. O microfone chia, o apresentador boceja, e Prump chega com uma energia que claramente não pertence ali.
— Estou aqui para esclarecer o povo — diz, tirando papéis do bolso com frases sublinhadas como “reforma já!” e “menos burocracia, mais broa!”
O debate começa com um tema simples: saneamento básico.
— O problema, caros ouvintes — começa Prump, com a voz de quem leu meia página da Wikipédia — é que os canos estão tristes. Falta-lhes motivação. Água não corre se não for respeitada.
O adversário, um professor reformado, tenta intervir:
— Mas... estamos a falar de infraestruturas...
— Exactamente! Estruturas internas! E externas! — corta Prump, apontando para o tecto, como se a verdade estivesse pendurada numa lâmpada.
Num momento particularmente intenso, tenta comparar o sistema de esgotos ao sistema nervoso de um polvo, perde-se no raciocínio, e acaba a prometer Wi-Fi grátis nos cemitérios.
No fim, o apresentador agradece a presença “inesperada mas inesquecível” e Prump sai triunfante, convencido de que mudou o rumo da freguesia.
Lá fora, alguém grita:
— Prump, foste ao lado!
E ele responde com o polegar no ar:
— Mas fui com convicção!
Episódio 3: Prump vai à Assembleia (ou tenta)
Hoje é dia grande. Prump decide que chegou a hora de “levar as ideias ao topo”. Tradução: invadir a Assembleia da República com um plano rabiscado num guardanapo e um saco de pão com croissants para subornar seguranças.
— Hoje vou mudar o país — diz, enquanto ensaia um discurso em frente ao espelho e engoma o casaco com o secador de cabelo.
Chega a São Bento decidido, de pastinha de plástico na mão e óculos escuros comprados na bomba de gasolina.
Na porta, o segurança olha-o de alto a baixo.
— Bom dia, tem credencial?
— Tenho visão! — responde Prump, com pose dramática. — E uma proposta para eliminar os impostos sobre a felicidade!
Cinco minutos depois, está sentado nos degraus da escadaria, a comer um croissant e a falar sozinho, rodeado de pombos.
Mas desiste? Claro que não.
Pega no telemóvel, liga a câmara frontal e começa a transmitir em direto:
— Compatriotas! Fui impedido de entrar porque sou perigoso: tenho ideias! E uma cópia da Constituição... traduzida para emojis!
Nos comentários, três pessoas mandam força, uma chama-lhe “visionário” e outra pergunta se está a vender croissants.
Prump sorri para a câmara.
— A revolução começou. E tem recheio de chocolate.
feito pelo chat gpt