segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

sns/fisioterapia.

A fisioterapia é uma área essencial da saúde, voltada para a reabilitação e melhoria da qualidade de vida dos pacientes. No entanto, a realidade vivida por muitos doentes que necessitam desses serviços nas clínicas espalhadas pelo país está longe de ser ideal. O atendimento, muitas vezes, não é humanizado, e os pacientes são tratados como números em um sistema que prioriza o lucro em detrimento do bem-estar.

Um dos principais problemas enfrentados pelos pacientes é a falta de acompanhamento adequado por parte do médico fisiatra. Esse profissional, que deveria avaliar e acompanhar a evolução do tratamento, muitas vezes se limita a prescrever o P1, sem sequer ver os doentes durante a consulta. Essa prática resulta em uma abordagem superficial, sem um real entendimento das necessidades individuais de cada paciente. Consequentemente, a recuperação torna-se ineficaz ou inexistente, já que não há um planejamento terapêutico adequado.

Além disso, a carga horária dos fisioterapeutas é extremamente exaustiva. Muitos atendem quatro ou cinco doentes por hora, o que reduz significativamente a qualidade do atendimento. Com um tempo tão reduzido por paciente, torna-se impossível oferecer um tratamento personalizado e eficiente. O resultado é um sistema em que os doentes não recebem a atenção necessária, sendo apenas parte de uma engrenagem que visa maximizar os lucros das clínicas.

Outro fator preocupante é a falta de fiscalização por parte da Segurança Social e do governo. Os grandes grupos que dominam o setor de fisioterapia operam sem a devida supervisão, resultando em práticas que priorizam o lucro acima da qualidade do atendimento. A consequência disso é uma lista de espera que se estende por meses, prejudicando gravemente a saúde dos pacientes que precisam de tratamento imediato. Enquanto os donos das clínicas acumulam altos lucros, os fisioterapeutas recebem salários baixos e os auxiliares ganham ainda menos, tornando-se vítimas de um sistema explorador.

A falta de ação do governo apenas agrava essa situação. Não há políticas eficazes para regulamentar e melhorar a prestação de serviços de fisioterapia, nem medidas para garantir que os doentes recebam o tratamento adequado em tempo hábil. Esse descaso cria um cenário desolador, onde a fisioterapia, que deveria ser um pilar fundamental na recuperação de inúmeras condições de saúde, torna-se um serviço precarizado e ineficiente.

Diante desse cenário, é urgente que sejam implementadas mudanças significativas. A fiscalização das clínicas deve ser reforçada, garantindo que os serviços oferecidos estejam de acordo com padrões de qualidade e ética. Os fisioterapeutas precisam de melhores condições de trabalho e remuneração justa, permitindo que exerçam sua profissão com dignidade e dedicação. Os doentes, por sua vez, devem ser tratados com o respeito e a atenção que merecem, recebendo acompanhamento adequado e contínuo.

A fisioterapia é uma área essencial da saúde, e seu funcionamento deve estar voltado para o bem-estar dos pacientes, e não apenas para os interesses financeiros das clínicas. Sem mudanças estruturais e fiscalização rigorosa, o sistema continuará falhando, deixando os doentes desamparados e os profissionais desvalorizados. Cabe à sociedade e às autoridades exigir melhorias para garantir um atendimento digno e eficaz a todos que necessitam. 

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